domingo, 20 de abril de 2008

Creative Commons: Príncipio de pirataria ou o fim das Indústrias Fonográficas?

Não vejo o Creative Commons como um processo de pirataria ou o precipício das Indústrias Fonográficas. Vejo como um meio de disponibilidade de qualquer tipo de arte que esteja veiculada ao artista para o público que seu acesso não seja de muito custo. Aí você me pergunta: Lenda, mas o que diabo é Criative Commons? E eu respondo: Criative Commons é um projeto que não visa de fins lucrativos sobre determinadas obras que tem direitos mais flexíveis. O que vai atestando contra alguns fatores que são adotados por obras que tem "todos os direitos reservados" - Copyright.


Apesar de esse projeto estar presente no Brasil, ele foi criado nos Estados Unidos, em 2001, pelo professor da Universidade de Stanford e fundador, Lawrence Lessig. Mas sua primeira licença foi publicada só em 16 de Dezembro de 2002. No Brasil este projeto é representado pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.


Lawrence Lessig





Nacionalmente, bandas como a pernambucana Mombojó é adepta ao Creative Commons tanto que disponibiliza os seus álbuns para download gratuitamente em seu website. Fernando Gabeira lançou seu último livro, Navegação na Neblina, licenciado pelo projeto. O cineasta Bruno Vianna lançou seu primeiro longa-metragem, Cafuné, também com licenciatura do Creative Commons.






Mas a questão que estou pondo em pauta é: O Creative Commons pode gerar um nível de pirataria nos países em que está agregado as legislações que ferirá tanto os princípios das Indústrias Fonográficas que causará uma "falência" a estas? Será que estamos passando de uma Era em que o CD já virou peça de Museu ou item de colecionador e está perdendo espaço para os MP3 e download? No lugar de estarmos dando dinheiro a gravadoras estamos financiando as empresas telefônicas e de banda larga?

Quer minha opinião? Primeiramente, acho que pirataria não rola. Claro! Terá sempre alguém baixando álbuns de músicas, vídeos e/ ou livros e disponibilizando para um e outro, mas não acho que isso será feito com o intuito de ganhar dinheiro (Certo! Isso também pode ser ingenuidade minha). Mas na minha sincera opinião, sou a favor da pirataria sim. É um mercado que devia ser levado em consideração, pois se trata até de um processo muito importante para artistas que não tem tanta visibilidade pelo meio e tem uma puta capacidade de se lançar. É o caso que acontece em Fortaleza-CE e em Belém-PR. A pirataria é muito grande em Fortaleza e ajuda a promover os artistas das bandas de Forró Eletrônico já que este é um estilo que tem mais ouvintes nas periferias da cidade. Não importa quão bons são os estúdios das bandas de Forró Eletrônico e quão bons são os músicos. A pirataria em Fortaleza é predominante principalmente para com este estilo de música - se é que isso é música (Ops!) -. Não diferente de Fortaleza, temos o Technobrega que vem agitando as festas de Aparelhagem de Belém e de seu resto do Estado. A divulgação do Technobrega começa mesmo no povão e depois que vai ganhando mais ouvintes em outras classes sociais. Mas o que predomina como divulgação desse estilo é a pirataria. O que vem a rolar nas festas de Aparelhagem é o que mais vem sendo tocado nas barraquinhas dos camelôs. Eu acho até mais justo já que os artistas não chegam nem a ganhar nem 10% do que são investidos em seus trabalhos.

Não é com pirataria que as gravadoras vão quebrar as pernas. Isso não tem nada haver. Elas sempre encontram um meio de sobreviverem. O que é necessário que se faça que elas entrem nesse novo mercado de MP3. Acho também uma besteira cobrar por música. Beleza! O trabalho é de melhor qualidade, mais bem feito e os artistas têm que ganharem seu pão nosso de cada dia, mas vejo a arte como algo que vem a ser liberal para gerar liberdade. Arte não é produto! Tento ver o lado dos artistas que são contra o Creative Commons, mas não consigo seguir. Eu compreendo, mas não concordo.

Imagino que sim que num futuro próximo nosso mercado atual perderá espaço para um mercado upado e downloadeado. Até porque a questão de acessibilidade quanto aos produtos é bem mais rápida e melhor que o método antigo. Pode ser que estejamos pagando o preço de um CD às empresas telefônicas, mas elas não estão explorando ninguém (ou será que estão?). Indústrias Fonográficas, não se preocupem. Sempre haverá alguém para CDs.

Eu ainda escuto CD e leio livros...

Web:
Creative Commons - http://creativecommons.org/
Creative Commons Brasil - http://www.creativecommons.org.br/

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