domingo, 18 de maio de 2008

Celebridadialismo, a Nova Prática Política

Artigo escrito por Augusto "Guto" Rafael

Outubro, votemos! Outubro, voltemos votemos! Outubro voltemos as urnas para eleger prefeitos e vereadores; com o intuito de dar poder aos representativos políticos das mesmas épocas de ontem e anteontem (e porque não de outrora?). Certo? Nem tanto.

O que antes vivíamos em um tempo político dominado pelo Coronelialismo, onde o poder do voto se dava sobre a vigilância de espigardas de jagunços, passemos a um cenário político mais Clientelista, onde um favor leva a outro; onde uma mão lava a outra. Porém, estamos entrando em uma Era onde a convivência deste cenário está a mudar sua forma para uma nova prática que podemos chamar de Celebridadialista - provido do termo Celebridade- (ou Estrelista). Ora, pois a política brasileira já que vem tomando uma forma onde as Leis e Menções de interesse da Nação, que antes eram os fatores primários para a formação dos políticos e da própria política brasileira, estão modificando seus espaços e ares para um novo palco político onde procede a um jogo de imagem que vem sendo submetido a esta através da publicidade.

A política vem em demasia preocupando-se com a estética da coisa. Ao que parece o povo já não quer ver o operário ou proletariado suado e fedido. O povo quer eleger aquele operário fedido que virou galã-herói, pois só assim a publicidade tem fator importante de brincar com o imaginário de tal fato pode acontecer com qualquer. Todos podem mudar de vida para melhor. Ledo engano. A publicidade é uma fábrica de fazer sonhos e fantasias. O que acontece é o fato de ela estar disfarçando demais a realidade com gliter e brilhantina. As mídias fazem à cabeça do povo. Povo esse que não quer ver o povo como herói. Ainda quer o galã e o galã é celebridade, celebridade é pessoa pública.

Essa escolha é tomada pelo caso de que pelas mídias as celebridades passam emoções através de suas atuações para os telespectadores e isso causa uma aproximação com os ídolos como se eles fossem melhores amigos e confidentes do povo. Assim como a publicidade, esse é o tipo de relacionamento moldado a muita fita crepe. Doce ilusão (doce?!).

A publicidade, que também é responsável por tais “relacionamentos”, aproveita quem e/ ou o que está em mais evidência nas mídias de massa para criar personificações que possam representar seus clientes. Na política atual não é diferente. Tanto que temos hoje em dia um aumento de celebridades que são eleitas para postos de importância política. E isso já não é de agora, pois não esquecemos que em 1985 o ator Ronald Reagan fôra eleito Presidente dos Estados Unidos. Não me admiro se isso acontecer com o atual Governador da Califórnia, o austríaco Arnold Schwarzenegger. No Brasil, temos vários exemplos. O mais lembrado é o do estilista Clodovil Hernandes que se elegeu Deputado Federal em São Paulo.



Do jeito que caminha o cenário político-glamour brasileiro (não só no Brasil, mas no mundo inteiro) será requisito necessário para quem quiser se eleger Governador ter tido participação em alguma das edições do BBB (Big Brother Brasil) e pra Presidente teria que ganhar alguma edição do mesmo (se não derem o cargo no lugar dos R$ 1.000.000,00). Como seria ter Andressa Soares, a ex-Mulher-Melância, no Ministério da Cultura propagando a Cultura do Créu país afora, país adentro, país afora, país adentro (dá até outro Hit de Funk)? Pra Ministro da Fazenda? Pra que uma só pessoa. Dêem esse espaço para algum Grupo de Pagode ou Grupo de Swingueira.



Para o Ministério das Comunicações não existe pessoa mais preparada do que a jornalista/ capa da Playboy, Mônica Veloso. Afinal de contas, metida no cenário político brasileiro ela já foi. Tudo isso com o patrocínio da Cerveja Antarctica, a Boa.
Esse seria um governo de grande brilho, mas, sim, de um triste fim. Nestas próximas eleições vamos abrir o olho em quem votamos. Não é porque o indivíduo é um artista famoso ou aquela mulher já deu pra não sei quem que eles merecem nosso sim. O voto é o único poder que temos as mãos que podemos usar contra esta nata de falsos. Eles já têm dinheiro. Eles já têm o poder. Eles podem comprar a imagem, mas nunca serão de verdade.

Não abandone seu voto nas calçadas. Vote certo!

2 comentários:

Leonardo Sá disse...

essa politica da imagem que voce analisa tao bem eh soh uma maneira de celebrar os valores decadentes, porem dominantes, do poder, do sucesso e do dinheiro. mas nao estamos todos nesse barco. eles nao representam a todos. abraco!!!!

Mistura Brasil disse...

Lenda, valeu o comentario no blog Mistura Brasil. Vamos discutir a politica brasileira, a midia, a cultura politica, nossos valores.
valeu